Na abertura da fase nacional da Copa Sul-Americana, o Brasília planejava estrear o seu novo uniforme e escudo contra o Goiás, nesta terça-feira. Em sua identidade visual, os atuais campeões da Copa Verde passariam a contar também com a cor azul. O detalhe inusitado ficou por conta de um dos motivos da mudança: a possível rejeição causada pela ligação entre o seu tradicional vermelho e o partido PT.
A predominância da cor em sua camiseta atrairia supostamente antipatia em meio à crise política, com protestos nas ruas pedindo a renúncia da presidente Dilma Rousseff.
Segundo estimativas da Polícia Militar, foram 612 mil pessoas espalhadas pelas capitais no último domingo.
O receio é de que o domínio do vermelho em seu uniforme possa resultar em aversão no trabalho de sua recém-empossada gestão para a conquista de novos torcedores no futebol candango.
Até a troca de seu comando, em maio, o Brasília mantinha relação estreita com o ex-governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).
A diretoria colorada não confirma a informação.
"Serei muito sincero. Se fosse realmente uma questão de gosto, poderia ter acontecido, sim. Mas, se você pensar, em que momento a política poderia ter nos atrapalhado? Sinceramente, não sei. Nosso presidente não é político, não tem nenhuma relação com a política, então, não tenho como dizer que houve essa motivação", afirma o diretor de marketing Eduardo Rezende ao ESPN.com.br.
O novo uniforme foi apresentado em evento na última sexta-feira e deveria estrear nesta terça-feira, no estádio Bezerrão. A reprovação da torcida fez com que o presidente Luis Felipe Belmonte resolvesse adiar, no entanto, o seu lançamento em campo.
A decisão foi tomada depois da mudança de identidade de todas as suas redes sociais.
"Não é meramente uma questão estética, mas de tentar chegar numa simbologia desse novo momento que estamos vivendo. Vamos pensar com um pouco mais de calma, mais precisão, queremos que o torcedor participe desse processo", prossegue Eduardo Rezende.
"Quando se pensa na logomarca, queríamos uma cor que pudesse homenagear a região e chegamos no azul característico do céu da cidade. Mas não podíamos virar também as costas para a tradição do colorado. Seguimos, então, com o predomínio do vermelho e o azul como detalhe para quebrar um pouco, um fato novo", conclui.
Nos protestos do fim de semana passado, foram registradas agressões a pessoas que vestiam camisetas vermelhas nas ruas. No Rio de Janeiro e Curitiba, três tiveram de sair escoltadas para se proteger de manifestantes.
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